No dia 4 de maio, fizemos uma visita guiada à Fundação Iberê Camargo, feita pelo arquiteto Álvaro Siza.
Ao chegar, nota-se a composição volumétrica da edificação, composta por um volume principal e três volumes menores ou "braços", como pode-se perceber na imagem abaixo:
A Fundação, por ser o primeiro museu planejado do Rio Grande do Sul, foi muito pensada e calculada, portanto o acabamento da edificação e dos detalhes construtivos possui uma precisão grande - como, por exemplo, pode-se observar no encaixe do vidro da porta e da escada na foto abaixo.
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Paredes exteriores do Iberê de concreto branco aparente utilizado pela primeira vez no Brasil (Fonte: Bruna Brilmann) |
O arquiteto também possui alguns acabamentos de conceito irregular como se percebe nas imagens abaixo.
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Quina da parede e tábua de madeira acabando de maneira irregular. (Fonte: Bruna Brilmann) |
Ao entrar na sede, o espaço não revela seus segredos e detalhes de uma vez, mas aos poucos, conforme se anda pelo museu. A edificação possui uma abertura central que pode ser vista de quase todo o museu, menos de algumas partes das rampas (justamente as que estão projetadas como "braços" para o lado de fora do volume).
Localizado com uma vista espetacular da orla do Guaíba, o museu teve suas aberturas estrategicamente posicionadas de modo que a vista se tornasse parte da decoração.
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Nesta foto, tanto o formato da janela quanto a geometria dos braços, emolduram e se integram à paisagem exterior. (Fonte: Jum Nakao) |
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Janela do ateliê no subsolo que fica na altura da rua e que, particularmente, foi a minha favorita. (Fonte: Bruna Brilmann) |
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Abertura no teto dos "braços" trazendo o céu pra dentro da edificação. (Fonte: Blogpaedia) |
Existem visuais que são emoldurados apenas pelos braços e não por janelas, que também são interessantes.
Quanto à iluminação, os braços são iluminados pelas poucas aberturas espalhadas por eles. Enquanto os andares de exposição e o auditório são iluminados por luz artificial e o ateliê e a biblioteca são iluminados por luz natural.
Há na questão da iluminação, um fato interessante: constava no projeto de Siza que o último pavimento de exposições seria iluminado por uma clarabóia, mas com a necessidade que os muesólogos tinham de preservar as obras, se substituiu a luz natural por luz artificial - como se pode ver abaixo.